José Jackson Coelho Sampaio: "A Finep Nordeste no Ceará: uma escolha lógica"

Por José Jackson Coelho Sampaio – professor titular em saúde pública e reitor da UECE.

Em processo de descentralização, a Finep, órgão nacional de financiamento a infraestrutura de pesquisa privada (reembolsável) e pública (não reembolsável), implanta escritório regional, para o Nordeste, no Ceará. Não existem decisões como essa que não passem pela política, mas, aqui, focarei a base técnica de sermos o alvo lógico da Finep.

O Global Index Innovation Brasil estagnou e quem o puxa para baixo é o Sudeste, daí o Nordeste aparecer com força potencial. O Ceará é reconhecido por perseguir, há décadas, a lógica do planejamento público e do equilíbrio fiscal, o que nos coloca no topo dos Estados com saúde financeira. O povo cearense tem história de inventividade e de trabalho compartilhado. Nas últimas décadas o Ceará habilitou oito Universidades, entre as quais UFC, Uece e Unifor se destacam por ensino de graduação e de pós-graduação, extensão, pesquisa e inovação.

Acrescente-se a ascensão ao status de Centros Universitários de seis IES privadas.

A criação da Secitece aproximou Estado, Universidades e setor produtivo privado, daí o apoio da Fiec à Finep. As boas políticas públicas nos campos da saúde (da família, mental, bucal, planejamento ascendente/descendente) e da educação (aprendizagem na idade certa, ensino fundamental e médio, robusta educação profissional, técnica e tecnológica) dão solidez ao desenvolvimento. A transposição do rio São Francisco e as novas formas de captação de água dão segurança hídrica. Os parques de energia eólica e solar dão segurança elétrica. O Cinturão Digital do Ceará e a rede de rodovias integram o território.

Temos, também, hubs implantados ou em vias de: saúde (campus Fiocruz/Farmanguinhos, atração do Instituto Pasteur), internet (os cabos submarinos para Luanda, Lisboa, Miami), aéreo (Latam e/ou Air France/KLM), marítimo (ZPE e Complexo Portuário do Pecém, para Luanda, Abdijan, Istambul, Lisboa, Miami e Ásia, pelo novo canal do Panamá) e ferroviário (a conclusão da Transnordestina trará minérios e grãos para o Pecém).

 

jornal O Povo, 11/07/2017